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04/03/2009 - Lixo mais barato ameaça empregos

(O Povo Online - Wânia Caldas)

Apesar de fazerem parte da ponta mais pobre da cadeia produtiva da reciclagem, os catadores não foram os únicos a sentir no bolso o impacto da crise financeira internacional. Os sucateiros, conhecidos no ramo como atravessadores, e os empresários que ganham a vida transformando o material também reclamam da retração do mercado e da dificuldade de manter os empregos.

Dados do Sindicato das Empresas de Reciclagem de Resíduos Sólidos Domésticos e Industriais do Ceará (Sindiverde) mostram que os pátios das empresas recicladoras de papéis, materiais ferrosos e não ferrosos estão lotados à espera de compradores e de preços mais atraentes. Para o presidente do Sindicato das Indústrias Mecânicas e de Materiais Elétricos do Ceará (Simec), Ricardo Pereira, o mercado da reciclagem está “estagnado”.

"O preço dos metais é orientado pelo preço das commodities e pela demanda, que está muito ruim. Os preços caíram assustadoramente: o cobre passou de R$ 12 o quilo para R$ 5, a sucata de inox passou de R$ 7 para R$ 1,20 e o ferro caiu de R$ 0,78 para R$ 0,18, o quilo”, afirma. No caso do papel e do papelão a situação é ainda pior, segundo ele. “O papel e o papelão não tem nem como mensurar porque se os preços já eram baixos, agora foram realmente para o chão. Digamos que, na média, os preços caíram cerca de 75%”, acrescenta Pereira.

Os segmentos de plástico e vidro são os únicos que conseguem manter uma margem de lucro razoável, segundo o presidente do Sindiverde, Marcos Augusto Nogueira. O diretor industrial da Sopet, Márcio Correia de Oliveira, entretanto afirma que o negócio ficou bem menos rentável desde novembro. Ele explica que a empresa compra a garrafa pet que é vendida por sucateiros, separa por cores e submete o produto ao processo de lavagem e moagem para transformar na matéria-prima de colas plásticas e tintas, entre outros itens.

"O preço despencou. Antes a gente vendia o quilo do produto a R$ 2,10, agora a gente não consegue mais de R$ 1,75. Como caiu muito, a gente repassou e só compra o quilo da garrafa pet por R$ 0,70 o quilo. Antes era R$ 1. Em 2007, a gente exportou toda a produção mas agora está inviável. A produção caiu de 200 toneladas por mês para 140 toneladas então tivemos que demitir funcionários. Tínhamos 65 e agora temos apenas 41”, reclama o diretor da Sopet, instalada em Maracanaú. 


VIDROS
- O Sindiverde informa que o segmento de vidros não foi afetado pela crise internacional por causa do verão, período em que a procura por bebidas aumenta, e por causa do aumento da demanda por barrilha (carbonato de cálcio - matéria prima para a produção de vidro). De cinco anos para cá, a procura cresceu mais de 300%.

CATADORES
- O Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR) estima que existem cerca de 800 mil catadores em todo o País, sendo que quase todos não têm carteira assinada.
- Pelos cálculos do Movimento, esses catadores são responsáveis por 90% do processo de reciclagem mas ficam apenas com 10% do lucro proveniente da atividade.
- O MNCR afirma que 71% dos catadores que não vivem nas capitais ainda trabalham dentro dos lixões.




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